O ano de 1995 foi quando iniciei a minha segunda fase de estudos, desta feita, na escola grande do município de Mato Castelhano, onde estudaria até me formar no ensino médio. Havia passado um ano sem estudar, depois de sair da escolinha de minha comunidade, pois meu pai não era a favor de que eu continuasse os estudos, segundo ele com a 4ª série eu "já me defenderia".

Depois de tomar a decisão convenci meu vizinho a me matricular, iniciei minha jornada na escola grande, que de início parecia algo de outro mundo. Lá eu eu percebi que tinha uma professora para cada disciplina ou, como chamávamos na época, para cada "matéria".

Muitos dos professores que conheci são hoje meus grandes amigos, inclusive algumas professoras são hoje minhas leitoras, como exemplo a minha querida e eterna professora de literatura Claudia Oliveira Bencke, com quem aprendi muito sobre a arte e sobre a vida.

Destaco também uma linda parceria que nasceu nesse tempo, com a inesquecível e eterna professora Inélvis Sasso Navarini. Com a “ Profe Inélvis” houve um vínculo de carinho, amizade e amor tão profundo que a adotei como mãe. Ela era meu símbolo de proteção e paz que acolhia meus poemas, minhas dores, entendia meu coração, me incentivava a escrever e cuidava de mim da mesma forma com que cuidava do João e do Vinícius, seus dois filhos. Hoje ela está vivendo com o Vinícius em outro estado e temos, mesmo de longe, nossos laços fortes, e nutrimos um carinho eterno um pelo outro.

Quando encontrei anjos que desenhavam com giz a dança da vida, encontrei mestres e amigos para vida toda... A Cláudia e a Inélvis são dois exemplos entre tantos professores queridos que estiveram e continuam presentes em minha vida.

A vida tem um certo jeito de cuidar de mim através de pessoas queridas, e isso me faz pensar que precisamos ter dentro do nosso coração um ninho, para abrigar as pessoas que se aproximam da gente. Nunca saberemos por quanto tempo essas pessoas irão ficar. Tudo vai depender da forma com que elas virão e da forma com que nós iremos recebê-las.

Algumas passarão despercebidas, cumprirão uma missão e depois não lembraremos mais, outras chegarão de manso, irão desenhar lições em nossa alma como se estivesse desenhando com giz em um quadro verde. Mas essas lições não serão tão frágeis quanto aquelas, que minutos depois um paninho qualquer poderá apagar, essas, depois de aninhadas, ficarão eternas no coração.

Dei exemplos de professores que entraram e pararam aqui dentro, e assim como os meus exemplos, você deve ter os seus. Peço com muito carinho e respeito, que de vez em quando revisite suas lembranças, para buscar as lições deixadas por seus anjos, e se não encontrares na memória os desenhos de giz, procure na sua alma que lá estarão os registros deixados por eles em todas as vezes que o quadro se tornava pequeno para tudo que eles tinham para ensinar.