Nessa orientação, registrada no evangelho de Lucas, cap. IX, vv.59 e 60, “Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos, quanto a ti, vai anunciar o Reino de Deus”, Jesus, no contexto geral dos seus ensinos, mais uma vez, ressalta a importância da vida espiritual, a verdadeira Vida do Espírito imortal, que reencarna na Terra, em muitas existências, para evoluir e aprender a amar. O Mestre insiste em alertar que a vida física é passageira e que não devemos perder o tempo com as coisas transitórias da matéria. Nas circunstâncias em que foram ditos, esses ensinamentos não representam uma censura para aquele que considera um dever, da piedade filial ir enterrar seu pai; essas palavras encerram um sentido mais profundo, um sentido espiritual. Sabemos que o corpo não passa de simples vestimenta grosseira que temporariamente cobre o Espírito, e que como tudo que é material tem um tempo de utilidade, sendo necessário para que o Ser espiritual possa agir sobre a matéria e evoluir. O respeito que devemos ter pelos nossos entes queridos que já partiram para o Mundo Espiritual, não se prende pela matéria, pelos corpos, mas sim pela lembrança que trazemos em nosso íntimo e que guardamos com todo nosso amor e gratidão. E nós, como lidamos com a morte? Nossa sociedade de consumo tenta negar a finitude, tenta colocar em nossas mentes, que devemos manter a juventude e a beleza de nossos corpos a qualquer preço, fazendo com que pensemos que somente tem valor, quem é jovem e belo, destituindo de toda e qualquer validade as qualidades do Espírito como a inteligência, a bondade, a generosidade etc. Cumprida mais uma jornada na Terra, seguem os espíritos para a Pátria Espiritual, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados em sua existência. Em toda parte, e sem cessar, amigos espirituais amparam a todos, refletindo a Providência Divina. Morrer é recomeçar a viver. Lembremos sempre, que quem morre, não morre, apenas muda de endereço e continua a receber os nossos pensamentos cheios de amor e saudade ou de revolta e sofrimento. Cada um desperta após a morte como sempre viveu. Não ocorre nenhum milagre de transformação, nem hábitos nem costumes. A desencarnação não outorga títulos, nem conquistas. Não retira méritos, nem realizações. Com essa reflexão, pensemos que a morte nos aguarda a todos. Preparar-nos para tal acontecimento é tarefa inadiável. Podemos compreender os ensinamentos Jesus, que asseveram para que não nos preocupemos com o corpo, mas lembremos do espírito que não morre e aproveitemos o tempo que aqui estamos para divulgarmos o Reino de Deus. Esse reino que está dentro de nós (Lucas, 17:20 e 21), e que por isso a sua divulgação ocorre através dos sentimentos, pensamentos e ações que realizamos na vida. O Universo vibra através da Lei da Atração! Vibremos com gratidão por todos aqueles que nos antecederam no retorno à casa do Pai. “Aquele que crê em mim, mesmo morrendo, viverá.” (João, 11:25)