Coluna 86 da Pandemia. Aos desavisados, ainda vivemos na Pandemia. Vacinem-se e vacinem seus filhos. Eu já vacinei os meus.

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A Câmara de Vereadores receberá hoje o Debate VACINAÇÃO COVID-19 NAS CRIANÇAS. Os palestrantes, como podemos ver buscando na internet, são da opinião de que não se deveriam vacinar crianças. O debate, portanto, só tem um lado: o negacionismo.

Particularmente, não vejo um grande óbice em se promover um debate sem discussão, desde que a premissa que estabeleça seja por si só questionada. Não é o ponto. O governo federal, por seu mandatário e por seus ministros, em incontáveis oportunidades, mostrou-se contrário a vacinação da população em geral, quiçá nas crianças.

A Câmara de Vereadores, ao receber um debate em que ninguém debate nada, acaba se ali(en)ando ao coro negacionista antivacina em uma discussão que não guarda nenhuma relação com sua competência legislativa. Se trata de uma reunião fora da competência, incompetente, portanto.

Dada a repercussão do caso, a Câmara lançou na quarta-feira uma nota na qual tenta explicar que o evento não é da casa, mas sim somente o espaço foi cedido para tanto. Em razão dessa nota, um entrei em contato imediatamente questionando os critérios gerais e específicos para cessão do espaço. Até o fechamento desta coluna, ainda não haviam me respondido. Todavia, caso me respondam, comprometo a usar minhas redes sociais e esse espaço para divulgar seus motivos.

Talvez a Câmara devesse usar seu espaço para debates reais. Direitos Humanos, racismo, machismo, seletividade penal e o problema da segurança pública, preço dos alimentos, aumento da pobreza, impactos da seca no RS e mecanismos de prevenção, enfim, assuntos reais não faltam, nem pessoas com interesse real em debater esses graves problemas, falta o espaço.

Assim sendo encaminho por aqui um pedido escrito à Mesa Diretora da Câmara Municipal: forneçam o espaço, estrutura e tempo, na mesma medida que ofereceram a esse “debate” para que possamos discutir os benefícios das vacinas em crianças. Tenho certeza de que conseguiremos pessoas qualificadas para falar sobre esse tema.

Tenho certeza de que serei ouvido nesse meu pedido, afinal, não podemos acreditar que a Câmara tenha escolhido um lado. Ainda mais um tão pérfido.