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11/04/2025
Conhecimento de si mesmo
Um dos direcionamentos que norteiam a maioria dos procedimentos de crescimento e de desenvolvimento individual está na célebre frase inscrita no portal do templo de Delfos, na antiga Grécia: “Conhece-te a ti mesmo”. A grande maioria dos seres humanos não consegue conhecer e muito menos compreender a origem de seus pensamentos, como são elaboradas as imagens mentais, qual a natureza de seus sentimentos, emoções e reações. Com base nestas assertivas perguntamos: Sem conhecermos a natureza e origem do que somos, como viver a plenitude do que somos? Quem somos afinal? Ante essas interrogações, naturalmente nossa formação espírita, faz-nos recordar que somos uma alma, um Espírito que evolui ao longo dos processos reencarnatórios. No entanto, precisamos conhecer a origem, a natureza do que somos como Espíritos imortais. É universal o conhecimento de que o Espírito engloba qualidades e potenciais que necessitam ser conhecidos e, obviamente, despertados, a fim de se tornarem úteis na caminhada.
O que é o autoconhecimento? O autoconhecimento é a busca dos homens, em seu próprio interior, por respostas e entendimentos para várias questões sobre si mesmo e sobre a vida, e o objetivo é evoluir a partir destas percepções. Ao mesmo tempo, o autoconhecimento é a capacidade que nos permite perceber e agir de forma gradativa sobre tudo aquilo que necessitamos transformar em nós mesmos. Isto nos induz a uma primeira reflexão: “precisamos descobrir dentro de nós as qualidades e potenciais, despertá-los e colocá-los em ação”. Na sociedade atual, ter uma maior percepção sobre si mesmo através do autoconhecimento é o que nos permite alterar nossas crenças erradas, tudo aquilo que nos faz mal e nos causa conflitos internos e que atrapalha diversas áreas da nossa vida.
Todavia, também é universal a constatação de que na condição de Espíritos, em processo evolutivo, apresentamos e possuímos características psicológicas que não aceitamos ou que não são aceitas pelas pessoas que conosco convivem. Assim, podemos resumir nosso modelo de autoconhecimento da personalidade em dois campos: o campo positivo, constituído pelas qualidades e potenciais; e o campo negativo, constituído pelos vícios e por aquilo que não aceitamos. Em geral, CONHECER-SE A SI MESMO significa reconhecer e aceitar que há, em nós, os dois lados de todas as coisas. Somos capazes de ter medo e coragem, de sentir raiva e ternura, de sermos generosos e egoístas, frágeis e fortes. Uma das grandes bençãos de autodescobrimento é seu poder de transformar, ao longo prazo, a nossa vulnerabilidade em pontos fortes, aproveitando a oportunidade para atingirmos a integridade.
Encontramos, em nosso caminho, adversidades, ingratidões, injúrias, tristezas e decepções que, às vezes, em momentos de desespero, chegamos a questionar a certeza da justiça do Pai, por permitir que tão intensas tempestades se abatam sobre nós. Entretanto, a mente prudente, que reflete e busca na humildade a iluminação interior, reconhece em si, a sementeira inconsequente de outrora, como única responsável pela colheita infrutífera do hoje. E, a partir de então, passa a buscar a reeducação dos valores que há muito residem em seu foro pessoal, busca o CONHECIMENTO DE SI MESMO. Descobre que não há dificuldades, mas oportunidades. Que ofensas não existem, mas incompreensão de nossa parte, em relação a quem ofende, por ainda sentirmo-nos ofendidos. Que melhor que criticar é educar. Quem não enfrenta a si próprio, quem corre de um para outro lado, em agitação, perde o sentido de direção. É indispensável pararmos, de modo a examinarmos o rumo a seguir. Se trabalharmos em nossas arestas morais, nos sentiremos muito melhores, pois lapidando-as, eliminaremos as pontas que impedem o nosso ajustamento no grupo social em que estamos inseridos para a nossa própria evolução.