O número de mortes devido ao forte temporal que atingiu Petrópolis, na região serrana fluminense, chegou a 198, segundo o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. (dia 23/02). A chuva mais forte foi no dia 15 de fevereiro e provocou enxurradas e deslizamentos de terra em vários pontos do município. Como podemos entender que, em pouco tempo, tantas vidas são ceifadas?

Allan Kardec nos explica, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, que, em virtude do axioma todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora, a causa sempre precede o efeito, se ela não é da vida atual, deve ser anterior a essa vida, isto é pertence a uma existência passada. Por outro lado, Deus não podendo punir pelo bem que se fez, nem pelo mal que não se fez, se somos punidos é porque fizemos o mal. Se não fizemos o mal nessa vida, é porque o fizemos em outra.

Sempre que nos deparamos com tragédias, com desencarnações coletivas, nos questionamos qual a razão de tais fatos. De crianças a idosos, passando por adultos das mais diferentes origens e categorias profissionais, todos “vítimas” de uma mesma tragédia. Somente através da Misericórdia Divina, explicada pela Doutrina Espírita é que podemos entender como se processa uma desencarnação coletiva como a que ocorreu em Brumadinho, Minas Gerais.

 De fato, sabemos que nada ocorre por acaso, mas segue sempre uma ordem de coisas onde podemos ver, invariavelmente, a Lei de Causa e Efeito. Essas ocorrências, denominadas catastróficas não são determinismo de Deus, para as pessoas que infringem as suas Leis, o que assim determinaria um fatalismo. Na verdade, são determinismos assumidos, na Espiritualidade, pelos próprios Espíritos, antes de reencarnarem, com a consciência em peso diante das leis divinas, pedem estas provações com o propósito de resgatarem velhos débitos para conquistarem sua ascensão espiritual.

Com isso, entendemos que, as pessoas que naquele local, no momento exato das enxurradas, dos desmoronamentos das encostas de terra, ali estavam, porque a Lei de Causa e Efeito (Ação e Reação) assim exigiu. O histórico de vida espiritual dessas pessoas assim determinou. Essa Lei é dinâmica. Muitos que ali poderiam estar, conseguiram, devido a seus atos, criar um novo rumo na vida e desta forma, escapar da tragédia. Assim, entendemos que, devido aos nossos próprios erros, a dor muitas vezes se faz necessária para nos mostrar nosso ponto de equilíbrio interior.

Desencarnações coletivas sempre nos impactam amargamente mas, solidários à dor das famílias enlutadas, esperamos que Deus possa consolar, aliviar as mães, pais, filhos, irmãos e amigos feridos por essa tragédia. É hora de orarmos juntos, rogando forças a todos, direta e indiretamente, afetados pela dor. Vibrações de paz para os que desencarnaram e fortaleza aos que ficaram em suas lutas redentoras na face da Terra.